Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Cântico Inicial: Sabor da Maçã
Quem é que fez o mundo?
Quem inventou o sabor da maçã?
Quem é que pintou as estrelas?
Quem levanta o sol pela manhã?
Quem é que faz bater as ondas?
Quem faz as árvores crescer?
Quem é que inventou a água?
E me faz a mim viver?
Tudo isto me é dado, mesmo sem eu o merecer!
Se não o recebo como dom nunca o saberei agradecer!
Quantas vezes bate o coração, sem nunca depender de mim?
Quem é que eu sou para Ti, para gostares de mim assim?
Quem é que inventou a vida?
Quem é que vestiu as flores?
Quem encena o pôr do sol?
Quem é que inventou as cores?
Quem é que faz girar a Terra?
Quem é que encheu o mar?
Quem pintou de azul o céu?
Quem foi o primeiro a amar?
Tudo isto me é dado, mesmo sem eu o merecer!
Se não o recebo como dom nunca o saberei agradecer!
Quantas vezes bate o coração, sem nunca depender de mim?
Quem é que eu sou para Ti, para gostares de mim assim?
A oração, mais do que palavras, é estar com Deus. É louvá-Lo. É tentar estar perante a ideia de infinito. É dançar para a Sua própria imagem. Reconhecer-se. É o momento da máxima alegria, a consciência do valor sagrado da vida. Por isso, peçamos, ao Senhor, um verdadeiro tempo de paz, que purifique e que recrie; peçamos a possibilidade de viver este tempo sem pressa, deslumbrados pela surpresa; e peçamos, ainda, a capacidade de viver de olhos abertos e de viver intensamente.
Pr 8, 22-31
“O Senhor criou-me, como primícias das suas obras, desde o princípio, antes que criasse coisa alguma. Desde a eternidade fui formada, desde as origens, antes dos primórdios da terra. Ainda não havia os abismos e eu já tinha sido concebida; ainda as fontes das águas não tinham brotado; antes que as montanhas fossem implantadas, antes de haver outeiros, eu já tinha nascido. Ainda Ele não tinha criado a terra nem os campos, nem os primeiros elementos do mundo. Quando Ele formava os céus, ali estava eu; quando colocava a abóbada por cima do abismo, quando condensava as nuvens, nas alturas, quando continha as fontes do abismo, quando fixava ao mar os seus limites, para que as águas não ultrapassassem a sua orla; quando assentou os fundamentos da terra, eu estava com Ele como arquitecto, e era o seu encanto, todos os dias, brincando continuamente em sua presença; brincava sobre a superfície da Terra, e as minhas delícias é estar junto dos seres humanos.”
Reflexão
“A criação é um processo livre, lúdico, inovador. Não é a imposição de uma necessidade, mas a teologia descreve-a como acto de amor que não tem outra razão de ser senão o próprio amor. Deus manifesta-se na sua liberdade, na capacidade de invenção e de dádiva.” (adaptado de “O Hipopótamo de Deus”, de José Tolentino Mendonça)
Estes versículos colocam a sabedoria na origem do universo, como a primeira das obras de Deus, como coordenadora, como a arquiteta de toda a criação. Por isso, ela conhece o sentido e o valor de todas as coisas e a sua alegria é poder comunicar-se à humanidade.
Vamos reler a passagem. Durante a escuta, procuremos colocar-nos próximo de Centro e procuremos imaginar-nos no lugar da sabedoria: foi a cada um que Deus criou, como primícia das Suas obras, foi a cada um que Deus criou, a partir do pó da terra, foi a cada um que Deus insuflou, pelas narinas, o sopro da vida e o transformou em ser vivo, sem outra razão de ser além do próprio amor.
Relê agora a passagem bíblica.
Então? Conseguiste colocar-te neste lugar de destaque, junto de Deus? No coração do próprio Deus, como Seu sonho pessoal?
Como te sentiste nos sonhos de Deus?
Como tens cuidado de ti, enquanto criação de Deus?
E como tens cuidado da criação à tua volta?
Cântico: Deus de Beleza
Lembro-me de Ti, quando vejo estrelas,
Quando o sol brilha no mar.
Meu Deus de beleza, da noite e da luz
E de quando tenho a certeza de que tudo me seduz.
Só é preciso saber ver,
Bem para lá do meu olhar,
Para saber que Tu estás
Sempre que eu me consigo dar.
Preces
“Deus, chama-nos a uma generosa entrega e a oferecer-Lhe tudo, também nos dá as forças e a luz de que necessitamos para prosseguir. No coração deste mundo, permanece presente o Senhor da vida que tanto nos ama. Não nos abandona, não nos deixa sozinhos, porque Se uniu definitivamente à nossa terra e o seu amor sempre nos leva a encontrar novos caminhos. Demos, agora, graças a Deus e façamos as nossas preces…” (adaptado de “Laudato Si”, nº245)
Pai Nosso
Oração Final
“Ainda que a nossa boca
Transbordasse de cânticos
Como o mar,
E a nossa língua rejubilasse
Como o bramido das ondas,
E os nossos lábios entoassem louvores
Como a imensidão do firmamento,
E os nossos olhos brilhassem
Como o sol e a lua,
Os nossos braços se erguessem
Como águias no espaço,
E os nossos pés corressem lépidos
Como os da corça…
Tudo isso não bastaria para Te agradecer.
Por tudo Te damos graças, Senhor,
E colocamo-nos nas Tuas mãos.
Entregamo-nos de todo o coração,
Porque Te amamos,
Porque é, para nós, uma necessidade de amor,
Entregarmo-nos sem medida,
Com infinita confiança.
Amém.”
(adaptado de “Encontro, Manual de Oração”, de Ignacio Larrañaga)
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo,
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Cântico Final: Graças
Graças pelo amor que até a Ti hoje nos traz
Graças p’la bondade, pela Tua paz.
Graças pelo dom desta pertença filial
Graças por seres Tu o nosso ideal.
E assim seremos um
Lado a lado a caminhar
Seremos um em Ti, Senhor
Guiados pela luz do Teu olhar
E deixa amor cantar
As maravilhas do Senhor
Deixa o amor brilhar
Até ao dia em que tudo… Iluminar
Graças p’la alegria que só Tu nos podes dar
Graças pela cruz que quisestes partilhar
Graças pela esperança em cada amanhecer
Graças por seres Tu o nosso viver
Graças por seres Pai, p’lo Teu abraço de perdão
Graças pelo céu e pela redenção
Graças pela fé que dá sentido ao nosso dia
Graças por seres Tu, a nossa companhia
[Um obrigada muito especial à Lili Nabais pela partilha desta oração]