Informações
Título: Só o Pobre se faz Pão
Autor: Carlos Maria Antunes
Editora: Paulinas
Número de Páginas: 126
ISBN: 978-989-673-293-6
Ano de Publicação: 2013
Sinopse
«Carlos Maria Antunes revela-nos o profético desafio de uma “mística de olhos abertos”, um itinerário espiritual acessível a todos e apropriado aos tempos que correm. Mas revela-se também como um grande autor, com uma voz original e própria, que constituirá uma grata surpresa para cada leitor. Escutemo-lo: “É necessário que se desmoronem as muralhas da autossuficiência para que possamos descobrir que somos dom e graça, que somos pão. Só o coração pode reconhecer o dom que somos e este é o alimento que efetivamente nos sacia, que rompe com a espiral devoradora das necessidades. Há uma arte de viver em conjunto que o pão partilhado nos ensina. É uma arte frágil, delicada, onde todos somos principiantes.» in Paulinas
Comentário
Num texto que nos faz desinstalarmo-nos e irmos ao encontro do mais essencial e pequeno da nossa vida, pois, como o próprio autor afirma: “No Evangelho o pobre, o pequeno, o marginal, o que não conta, é sempre o gérmen do Reino. É assim com o quase invisível grão de mostarda, com a pequena porção de fermento ou com a simplicidade das crianças. Corremos o risco de viver uma vida aliada por causa do que ainda não somos, do que ainda não fazemos, do que ainda não temos”.
Somos assim convidados a olhar para as nossas fragilidades, para a forma como procuramos o rosto deste pobre, que é Deus, e que se faz/quer fazer continuamente pão nas nossas vidas. Partindo da necessidade de fazer o “jejum”, é-nos apresentado, em que medida, este jejum nos abre para a simplicidade e disponibilidade de acolhimento e encontro com o Outro e com os outros. No entanto, é um jejum que é visto à luz da alegria da Páscoa, murmurando-nos que “A experiência de Deus não vive de memórias do passado. Embora estas também tenham o seu lugar, seriam estéreis se não nos convocassem, em cada diz, para um presente vivido em Deus”, podendo esta alegria ser vivida todos os dias na Eucaristia e na oração. Esta oração em que “só o pobre sabe rezar”, só aquele que se torna pequeno e se abre à possibilidade do Outro poderá encontrar o silêncio necessário para O escutar.
Filipa Oliveira