“13 de Maio é uma data especial para qualquer Católico português. Ainda assim temos o nosso dia todo preenchido com aulas da faculdade, encontros, etc etc (porque atividades não nos faltam). Mas, mesmo assim, decidimos que vale a pena ir à Vigília que o CUPAV preparou pelos Cristãos perseguidos no Oriente nesse mesmo dia.
Vigílias de oração durante a noite são sempre um desafio, quer já as tenhamos feito 10 vezes ou nenhuma. Já tinha feito duas e mais uma era claramente bem vinda. Turnos das 1-2h e 4-5h da manhã? Sim, porque não? Sabemos que durante essa noite estaremos todos disponíveis em espírito e unidos em oração por uma causa. Causa esta que, neste caso, é realmente gravíssima e só a distância nos impede de perceber realmente as dimensões tomadas pelo problema.
Mas para melhor rezarmos certos assuntos, não há como os conhecer. E foi assim que começamos a noite, com um abrir de olhos para este verdadeiro drama. Uma explicação concisa mas suficiente. E, com Maria, já mais conscientes da realidade aterradora a que somos chamados a intervir em oração (juntamente com o Papa Francisco através das suas intenções), fomos guiados durante o terço que se seguiu.
E eis que chega o nosso turno. Dirigo-me à capela e tiro uma envelope. Mas antes de me focar no seu conteúdo apercebo-me que estou perante o Santíssimo e que isso exige de mim um processo de abertura interior para poder começar a oração. Sou então convidada eu própria a escrever uma carta a um Cristão perseguido (cuja identidade me é revelada no envelope). Escrevo-lhe palavras de ânimo, de gratidão pelo seu exemplo de vida, de esperança. Mas o mais incrível é saber que Cristo nos une, mesmo estando em pontos opostos no mapa. Foi esta confiança, acima de tudo, que me guiou durante a vigília.
Entrego então a carta à saída com esperança de que um dia chegue ao seu destinatário. Se não chegar fisicamente, há de chegar de outras formas que só Deus conhece.”
Mariana Barosa