“Está quase, quase, quase a fazer um ano que participei no Fé4 Missão 2014 em Alcanede. O que quer dizer que mais uma semana de missão está mesmo aí á porta, ou melhor, está mesmo aí a despertar! Para os que andam a dormir…
Antes de mais, dizer que é muito fácil deixarmo-nos entregar completamente à correria das 24 horas do dia, com imensas coisas por fazer e resolver, andando nesse stress mediático e materializado muitas vezes na futilidade. Desse modo todo o nosso dia cai na tentação de ficarmos presos no mundano das nossas preocupações diárias, pondo em causa a atenção e o carinho que devemos ter com os outros e pondo também em causa o deixar tempo para alimentar a nossa espiritualidade, a gastar tempo (ou melhor, a ganhá-lo) na construção de uma verdadeira relação de amizade e cumplicidade com Jesus Cristo. A semana de missão permite isto mesmo. Mas para isso, é preciso sairmos do nosso comodismo, do nosso conforto momentâneo, e abrir o nosso coração ao que de facto Deus nos pede.
Foi um tempo que serviu e que me proporcionou a entrega daquilo que de mais puro há em mim, o ser eu mesmo, o ser autêntico. O viver a autenticidade, é das coisas mais belas e puras que pode existir a meu ver. É pôr ao dispor, ao serviço todos os meus sentimentos e qualidades. E isso, é agir como Deus me criou, é agir segundo a Sua vontade, o modo de cada um vivermos. E o ser autêntico pressupõe uma disposição interior reveladora de uma grande paz, de se sentir em família, de sentir útil, que a sua presença faz a diferença e de se sentir acolhido e amado pelos outros e por Deus. E tudo isto fez parte daquilo que eu vivi em 2014 em Alcanede.
Durante uma semana, entregamo-nos completamente num espírito de missão aos outros, a nós e a Deus. A missão é ir ao encontro das necessidades que existirem, mas também o ir à procura. Algo que me tocou bastante foi o tocar o coração das pessoas, não só através da envangelização, mas também pela nossa simples presença nas suas vidas, através do nosso espírito missionário. Sentirmos que fizemos de facto a diferença na vida daquela pessoa, que a marcamos positivamente foi algo muito estimulante, uma vez que damos, e recebemos a triplicar, pela alegria como é celebrada a nossa presença. Somado a isso, é toda a experiência pessoal que temos uns com os outros, entre missionários. Sentimo-nos verdadeira família que nos acolhe, nos acompanha, nos recebe com amor e alegria e está sempre disposta a partilhar, a conviver, a conversar e a ser testemunho e rosto de Cristo para cada um de nós.
E o resultado de tudo isto é um misto de sentimentos e emoções resultantes de um grande crescimento pessoal, interior, na fé. Foi uma semana onde a partir do serviço, da entrega, junto dos outros, houve sem dúvida uma grande aproximação a este Deus, que nos ama e que nos realça a importância de uma fé que se baseia nas obras, numa fé que é partilhada e que vai ao encontro dos outros. Fazer missão foi ir anunciar aos outros esta alegria de ser bem-aventurado, de encontrar a felicidade junto de Deus Pai.
Uma semana, que não ficou isolada no verão de 2014, mas que se fez presente no resto da minha vida, na missão diária de servir a Deus. Todas as aprendizagens que fiz, trago-as comigo com objetivo de não as deixar para trás nem de as deixar de pôr em prática. Esta semana foi mais uma luzinha que foi e vai iluminando o meu caminho rumo à santidade.
Deixa que Deus te fale, e que te molde o coração. “Bem Aventura-te!” “Desperta tu que dormes!” Como sugerem os temas das missões que te exortam, te chamam a não te deixares dominar pela superficialidade e a vires sair da tua zona de conforto. Pois acredita que a tua missão é necessária e há pessoas a precisar dela. E não te esqueças: Só Deus pode dar a fé, mas tu podes dar o teu testemunho!”
Ricardo Dias, Cartaxo