“Onde estás?”. Esta pergunta que Deus faz a Adão (Gen 3, 9) foi uma das questões que, no início dos Exercícios, me ajudou a parar, a deixar o trabalho do quotidiano e a voltar a minha atenção para dentro. Como tenho ordenado a minha vida? Onde têm estado as minhas prioridades? Que tenho feito por Jesus?
O silêncio exterior facilita o silêncio interior, o encontro com o mais fundo e sincero que há em nós. Abre-nos ao encontro com Ele, que tem sempre tempo e a cada um fala segundo as suas circunstâncias, ritmo e disponibilidade de coração.
Em cada dia, procurei deixar que Deus me conduzisse e percebi que Deus nunca pede mais do que possamos dar: pede-nos tudo, mas em cada fase há um “tudo”. Percebi que desejar, pedir e entregar-se ao Seu abraço nos devolve a humildade e aumenta a confiança n’Ele, que só vê o que é bom e potencial para o Bem.
Assim, de regresso, cheia desta alegria que sempre brota do encontro com o Senhor, não posso senão sentir-me chamada a uma maior entrega aos outros. “Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Lc 12, 34). Que este desejo de permanecer cada vez mais n’Ele nos leve a amar cada vez mais como Ele ama e a servir cada vez mais. A sentirmo-nos “co-laboradores” entre nós, unidos e enviados na mesma Missão. A darmos sempre muito fruto!
Maria Felício