Para quem não conhece, os Convívios Fraternos são um movimento de jovens católicos, um movimento de primeiro anúncio, ou seja um movimento que tem como objetivo central dar a conhecer a pessoa de Jesus Cristo, dar a conhecer a Igreja e ajudar os jovens a descobrir, conhecer e viver a sua fé. Para mais informações sobre este movimento e para saber como podes fazer parte do mesmo vai ao blog ou página dos Convívios Fraternos de Santarém. Se tiveres curiosidade em saber um pouco mais sobre a experiência de fazer Convívio Fraterno, uma experiência que só poderás fazer uma vez na vida, lê as partilhas de dois jovens que se arriscaram nesta descoberta, que arriscaram e arriscam a descoberta do verdadeiro eu, de Deus e do outro.
“Venho falar dos Convívios Fraternos.
Um dia, a minha namorada perguntou-me se queria fazer um Convívio Fraterno, a minha resposta, basicamente foi, “isso é para pessoas sem rumo na vida e eu sei muito bem o que quero para mim”. O tempo foi passando e certo dia, durante uma ida/peregrinação a Fátima tive a oportunidade de esclarecer algumas dúvidas que me intrigavam há muito. Aí percebi que no CF podia continuar essa longa e ansiosa procura de respostas sobre Deus. Decidi ir…
Quando estava a dirigir-me para lá, fiz várias perguntas à minha namorada, perguntas que ela achou que não tinham sentido nenhum. E tinha razão. Até porque eu não sabia o que se passava lá.
Quando cheguei senti que não fazia parte daquele lugar, mas quando olhei os homens e mulheres, rapazes e raparigas percebi que as pessoas não estavam ali, só, para encontrar um rumo para (e na vida) e decidi ficar.
O primeiro dia passou e eu continuava a sentir-me pouco integrado e com poucas semelhanças com os outros. Tinha uma atitude um pouco arrogante, como se soubesse o suficiente e mais que qualquer um que ali estivesse. Pensei em desistir e ir para casa, mas no momento seguinte pensei para mim próprio, “se estou aqui, ao menos vou aproveitar e ter uma nova experiência de vida”.
Com o passar do segundo dia, fui-me sentindo diferente. As experiências que fomos vivendo ao longo do dia foram-me fazendo pensar de maneira diferente. Mas sempre com o mesmo espírito crítico e com as mesmas dúvidas. No terceiro dia a minha opinião mudou da noite para o dia. Percebi que não me estavam a tentar fazer uma ‘lavagem cerebral’, mas que me estavam a dar a possibilidade de escolher, livremente, o caminho a seguir, para que a minha vida tivesse muito mais sentido do que aquela que tinha tido até aí. Percebi que a Igreja Católica tem uma função muito mais importante na sociedade atual, porque promove a união, entre-ajuda e acima de tudo o amor entre os seres humanos.
Antes do Convívio pensava que só se podia amar, como sentimento puro, a minha namorada, pais e avós. Contudo, percebi que é possivel amarmo-nos uns aos outros, e que se assim for, e se esse amor vier do coração, a vida pode ser VERDADEIRAMENTE feliz, mesmo na dificuldade. Percebi que Deus não é aquele ser que nos controla e que nos diz o que temos de fazer, mas sim Alguém que nos dá a oportunidade de escolher, livremente, o que fazer e como fazer.
Quando dei o meu testemunho no último dia, estava muito nervoso, já que era a primeira vez que ia falar de mim, em comunhão com Ele para um grande público, apesar de na sala ‘só’ estarem umas 200 pessoas. Tinha imaginado muitas frases bonitas para dizer, mas assim que comecei a falar esqueci-me de tudo. Comecei então, do zero. Contudo, tudo aquilo que disse veio do coração. Senti que Deus estava comigo. E que Ele nunca, nunca tinha deixado morrer aquela chama dentro de mim, mesmo que na minha vida não Lhe tivesse dado grande importância. Senti-me completo e cheio de amor quando o Convívio acabou, mas também percebi que tinha, e queria manter esta relação com Deus. Senti que a partir daí O tinha a caminhar comigo, senti que se existir AMOR nas nossas vidas, seremos muito mais felizes e teremos um propósito e um sentido verdadeiro. Porque Deus é isso mesmo, AMOR.“
Ricardo Mira – Chamusca
“1263… um número que marcará para sempre a minha vida. Este Natal, decidi embarcar numa nova aventura. Já tinha ouvido falar dos convívios fraternos entre os meus amigos, mas nunca tinha percebido ao certo o que se passava. Entretanto, começaram a perguntar porque não participava na descoberta de uma nova experiência. Confesso que não foi logo à primeira conversa, mas assim fui… à procura de novas experiências, de novas aventuras assim como para matar a curiosidade e enriquecer a minha vida com novas vivências – além do pensamento “bem… mal não há de fazer!”.
E assim começou, o Convívio Fraterno nº 1263, uma experiência que hoje guardo da melhor forma no meu coração. Desde logo somos recebidos por pessoas fantásticas que, pelo grande amor ao Pai e através Dele, tornam tudo possível. Depois, descobrimos e vivenciamos momentos inesquecíveis. Cada um de nós interpreta as coisas de modo diferente mas, para mim, que me sentia um pouco afastada da relação com Deus, enriqueci da melhor forma. Não que não participasse na vida da comunidade cristã, mas não o fazia de uma forma tão ativa e crente, pois facilmente cedia à ideia de duvidar quando algo não corria tão bem quanto desejava. Contudo, no Convívio Fraterno, vi que, mesmo nos momentos em que nos sentimos mais sozinhos, Ele está sempre lá, e sempre pronto a apoiar-nos e a perdoar-nos mesmo quando vacilamos. Nós somos os seus filhos muito amados que nem por um momento somos esquecidos. Além de reviver o Seu grande amor, descobri também uma enorme família de irmãos! É um espírito tão positivo e mágico que nos une no amor de Deus onde por momentos esquecemos o mundo lá fora, as mágoas, o que menos de bom podemos ter ou estar a viver na nossa vida ou na vida dos que nos rodeiam. Um amor tão grande que nos carrega baterias e nos dá força para viver no seu amor e espalhar a sua palavra e nos leva a viver segundo os seus ensinamentos e a sermos melhores, a dar um pouco mais de nós a quem menos tem e/ou a quem mais precisa.
Agradeço a Deus por tudo o que me deu… desde ao facto de ter colocado pessoas tão bonitas no meu caminho assim como a todos os que proporcionaram este momento de fé. Agradeço-Lhe por encher o meu coração e por me dar força de querer continuar a percorrer o Seu caminho e a viver o Seu amor. Só Ele nos permite todas as alegrias que vivemos… e mesmo nos piores momentos, nem por um segundo ele nos abandona! Guardo desta experiência magnífica um enorme amor que sei que nunca me abandonará, a redescoberta da fé, grandes vivências, a partilha, e um número incontável de irmãos que estarão sempre a olhar por mim, assim como eu olharei por eles. E, tal como me disseram antes de decidir fazer o Convívio, “desafiem-se”! Desafiem-se a viver uma nova aventura, desafiem-se a sair da vossa zona de conforto, desafiem-se a acreditar no grande amor!! Garanto-vos que será uma experiência inesquecível!!!!”
Inês Mendes – Cartaxo