“FELIZES, FELIZES, FELIZES, felicitação nove vezes repetida (Mateus 5,3-10), como se uma vez não bastasse para dizer quanto Deus ama os pobres e os que têm um coração cheio de bondade e mansidão! FELIZES os pobres de espírito, não de Espírito Santo ou de inteligência, mas os que não têm espaço nem alento próprio, e tudo têm de receber sempre de ti, bom Deus e Pai. FELIZES os que vivem ao ritmo do teu alento, do teu vento criador e embalador. FELIZES, FELIZES, FELIZES – ’ashrê, ’ashrê, ’ashrê – na língua hebraica. Mas ’ashrê significa ainda, e talvez sobretudo, pioneiros, abridores de caminhos novos e belos e floridos, como aqueles que tu, bom Deus, abriste e continuas a abrir na aridez dos nossos desertos!”
(D. António Couto)
Do Evangelho segundo S. Mateus (Mt 5,3-10)
Felizes os pobres em espírito,
porque deles é o Reino do Céu.
Felizes os que choram,
porque serão consolados.
Felizes os mansos,
porque possuirão a terra.
Felizes os que têm fome e sede de justiça,
porque serão saciados.
Felizes os misericordiosos,
porque alcançarão misericórdia.
Felizes os puros de coração,
porque verão a Deus.
Felizes os pacificadores,
porque serão chamados filhos de Deus.
Felizes os que sofrem perseguição por causa da justiça,
porque deles é o Reino do Céu.
As Bem-Aventuranças são dos textos mais belos do Evangelho. Concentram em si mesmas uma grande parte da mensagem de Jesus: o perdão, a compaixão, mas também a ternura e o serviço. São, por isso, as Bem-Aventuranças um projeto ousado a que Jesus te convida. Porque te aproximam e apontam um caminho concreto de felicidade a que Jesus te chama.
Mas que felicidade é esta? Dom António Couto, Bispo de Lamego, citado na abertura da oração deste mês aponta-nos um caminho surpreendente: o de sermos pioneiros, abridores de caminhos novos nos corações mais áridos e sofridos, como aqueles que o Senhor abre ou vai abrindo no teu.
Há por isso, por detrás da verdadeira felicidade, uma necessária audácia que se impõe: a audácia de, como nos convidava o Papa Francisco no verão (e que nunca será demais lembrar), sair do sofá e ir pelo mundo, levando aos outros a verdadeira vocação cristã que se resume no ato evangelizador. A coragem de seres Jesus para os outros. Nos que sofrem, nos que se alegram, nos que consolam os que precisam, nos que precisam de alguém que lhes mostre o amor de Jesus, de alguém que se faça Jesus para eles.
Por isso, este mês, propomos que rezes a tua felicidade. Em que medida és tu verdadeiramente feliz? Em que medida és tu, na tua comunidade, esse pioneiro e abridor de caminhos novos que vai ao encontro do outro e se torna, assim, FELIZ?
Música: https://www.youtube.com/watch?v=4ersjfq-6Fk
Este mês, o Post-It desafia-te a seres, verdadeiramente, feliz. Procurando olhar para o Deus de Amor que se mostra naqueles que te amam e procurando retribuir ao jeito do próprio Jesus, vencendo os teus receios. Que possas fazer tudo por amor. Colocar amor em tudo o que fazes. E reza por todos corações cheios de ódio que há no mundo. Deixamos-te com esta oração, escrita pela Beata Maria Josefina de Jesus Crucificado:
«Bem-aventurados aqueles
a quem Vós dais a graça
de vencer a natureza.
Bem-aventurados aqueles
a quem dais a força
de cumprir a Vossa vontade.
Como vejo ser tão grande
a necessidade de rezar
pelas almas agitadas pelas tempestades
desencadeadas pela natureza:
esta natureza capaz dos divertimentos mais vis,
e das maiores destruições.»
Beata Maria Josefina de Jesus Crucificado | 1894 – 1948
Autobiografia, p.298 – 299