Informações
Título: Seis sermões contra a preguiça
Autor: Tiago Cavaco
Editora: TopBooks
Número de Páginas: 113
ISBN: 978-989-706-163-9
Ano de Publicação: 2015
Sinopse
“Provavelmente hoje somos mesmo todos bastante suaves com a preguiça. Uma das provas desta suavidade está também no facto de lhe termos feito um upgrade. Antigamente a preguiça era tão ou mais condenada porque era assumida como um comportamento condenável. Mas actualmente é muitas vezes considerada um traço de carácter. Deixou de ser uma coisa má que se fazia (não fazendo) para ser uma coisa neutra que se é. A partir do momento que as acções que cometemos são privatizadas para a nossa própria personalidade, os outros passam a ser barrados de uma leitura activa dos nossos actos. Quem são os outros para me julgar? Quando muito, podem ver o que faço mas de preferência em silêncio. Tornando isto mais provocador: se eu tiver nascido preguiçoso, ninguém tem nada a ver com isso porque interferir na minha personalidade de raiz é agredir a minha individualidade natural. Mesmo que não declaremos isto conscientemente, em boa parte é isto que a nossa cultura afirma num mundo que crê que a moralidade é uma construção subjectiva. O único sagrado que reconhecemos passou a estar em nós mesmos. “
(Do primeiro sermão)
Comentário
Ninguém gosta de “ouvir sermões”, principalmente a malta mais nova. É normal (e até bom!) que assim seja para nos fazer avançar e resolver entraves.
Os sermões servem para nos agitar e deixar desconfortáveis. Depois de ouvir a palavra, e iluminados pelo Espírito Santo, esperam-se as boas obras. Este é o “plano de ataque” destes “sermões de ataque” de Tiago Cavaco que nasceram de uma experiência bem concreta na Igreja da Lapa onde se reúne a comunidade Baptista da qual é pastor.
De Bíblia na mão e com os olhos postos na realidade da vida, o autor aborda a preguiça como problema de fé e não de feitio, que depende de uma certa visão (ou da falta dela) de Deus e da vida. Através de imagens criativas e acessíveis, Tiago Cavaco desmonta os sintomas deste tempo e as desculpas dos preguiçosos, apontando ainda caminhos e estratégias para viver de maneira CERTA contra a preguiça.
Mesmo numa cultura como a nossa – que gosta de ouvir Padre António Vieira mas, «de preferência, sem ligar minimamente ao que ele diz» (Tolentino Mendonça, no prefácio) – é possível fazer da pregação uma arte literária que nos abana e inicia na arte da vida.