10Avançamos uns anos em relação ao último testemunho e chegamos às surpresas das Jornadas Mundiais da Juventude em Colónia.
“Fazer memória da ida às Jornadas é perceber que a vida do cristão gira sempre à volta de um itinerário que se repete de forma cíclica e cada vez mais profunda, para quem aceita o chamamento de Jesus à Santidade.
Em 2005 tinha tudo para não ir: 1° teria que ir sozinho, porque ninguém que eu conhecia ia. 2° foi uma questão que surgiu no Natal pelo que, para arranjar dinheiro, já era muito em cima da hora. 3° a minha motivação era sobretudo para ver o Papa João Paulo ll, que acaba por morrer em abril. 4° aparecem sempre coisas aliciantes para fazer nos dias em que se programa um encontro com Jesus. Mas fui! Graças a Deus! Ir às JMJ em Colónia foi compreender um pouco melhor que a fé que vivo não é ‘minha’: é a fé da Igreja, de uma igreja que tem 2000 anos mas, sobretudo, tem o Espírito Santo que a guia e ensina. Acreditar nisto é confiar que a Igreja nos pode levar até Deus. Que foi a Igreja que Jesus quis deixar na terra para apontar e guiar a humanidade para Ele. E a partir do momento que percebo que também faço parte dessa Igreja, não posso ficar acomodado no meu lugar do banco da igreja, no meu cantinho de responsabilidade no grupo, nem achar que só no meu grupinho é que consigo rezar ou ser Igreja. Percebi que para me relacionar com Jesus e ser verdadeiramente Igreja tenho que ser como Ele foi e mandou ser: ir ao encontro, sair de mim para ir ter com o outro, onde está Ele próprio e entregar-me, partilhar-me. E assim no meio de 2 milhões de jovens conheci centenas de nacionalidades e diferentes sensibilidades de relação com Jesus. Aprendi e partilhei muito da fé e sobretudo da forma como bendizer e louvar a Deus. Voltei em 2011 a Madrid e voltarei sempre que puder. Achei muito importante escolher um grupo de pessoas que não fosse muito grande e que quisesse viver a oração e a partilha da experiência da fé de diferentes nacionalidades. E deixo um abraço para os irmãozinhos de São Francisco de Assis de Beja e para a Carla Cruz do Vale de Santarém, que eu não conhecia mas que foram companhias escolhidas a dedo por Jesus! O tema em 2004 foi ‘viemos adorá-Lo!’. Ficará marcado para sempre que na vida do cristão sempre que encontra Jesus, canta-Lhe um ‘cântico novo’ e como os Reis Magos fizeram ‘voltaram por outro caminho’. Um caminho sempre de maior Comunhão com Deus e cada vez mais virado para os irmãos, para a nossa felicidade e salvação.
Por isso deixo o convite de participar nas JMJ na Polónia. Se forem pelo desejo de Jesus, certamente não voltarão desiludidos, nem de mãos a abanar, nem pelo ‘mesmo caminho.”
Gil Cardoso
Almeirim