“Ai dos cristãos hipócritas, que deixam Jesus na Igreja”
Hoje, na homilia da missa na Casa Santa Marta, o Papa convidou a refletir sobre a hipocrisia dos justos, que vivem o cristianismo “como um costume social”. “Sim, eu vou à Missa, mas você fique na Igreja que eu depois vou para casa”. E Jesus não volta connosco para casa: na família, na educação dos filhos, na escola, no bairro”…
Nesta sexta-feira pelas às 9h da manhã, teve início a quarta Congregação Geral do Sínodo dos Bispos para os Jovens, em andamento, na Sala do Sínodo, no Vaticano, sobre o tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.
Muitos hoje falam dos jovens, mas não muitos falam aos jovens”: era o que afirmava o Papa Paulo VI, proximamente santo, e o repete hoje o Sínodo. O tema da escuta retornou na parte da manhã durante esta congregação geral, existe a necessidade de ouvir os jovens no mundo digital, onde a bulimia informática muitas vezes corresponde à anorexia dos sonhos, com o risco de criar “info-obesos”.
Os jovens buscam a escuta de um adulto, que lhes dedique tempo, os acolha com empatia e respeito, não os julgue e os acompanhe no discernimento, inclusive vocacional. Uma necessidade hoje maior ainda, vista a tendência de alguns adultos quererem ser jovem a todo custo, uma atitude que desorienta os jovens, privando-os de pontos de referência.
Os padres sinodais recordaram, em seguida, a importância de revitalizar a missa, as orações diárias, os sacramentos, que representam um modo para atrair os jovens, torná-los parte ativa da vida da Igreja, favorecendo o protagonismo deles. Por conseguinte, nas celebrações litúrgicas deve-se dar atenção a uma utilização mais envolvente da música, bem como à catequese e às homilias: não basta a memorização de orações e fórmulas, é preciso uma pregação alegre e inspiradora, porque os jovens devem entender com a cabeça e crer com o coração, diz o Sínodo.
Nesta quarta Congregação geral foi também central o chamado à aliança Igreja-família: primeiro educador dos jovens, sobretudo no acompanhamento rumo à idade adulta, o núcleo familiar baseado no matrimônio cristão deve ser hoje revalorizado.
De fato, ele representa o primeiro banco escolar também para quem entra no seminário. Por isso, hoje se mostra necessária uma reflexão sobre a figura paterna, pilar para a transmissão da fé e para o amadurecimento da identidade dos filhos. Trata-se de um papel que deve ser levado adiante em colaboração, e não em concorrência, com a figura materna, observou-se na Sala do Sínodo.
A Sala do Sínodo deu a palavra ao convidado especial, Prior da Comunidade de Taizé, Irmão Alois, que evocou a importância do “ministério da escuta”, a ser confiado, quem sabe, também aos leigos. “Quando a Igreja escuta torna-se aquilo que é: uma comunhão de amor”, ressaltou o Irmão Alois.
Os jovens sonham um mundo que os conduza e lhes permita ser protagonistas da história, construtores na ótica do serviço e não do poder. Deixemo-los subir as escadas e entrar na Igreja.